por master » 30/Ago/2010, 13:52
Olá a todos
Concordo com as opiniões aqui expressas e deixo também a minha. Claro que não há ninguém que tenha mais mérito que os jogadores. É lógico. cabe-lhes a eles, e só a eles, treinarem e competirem para chegarem a este patamar.
Mas há, claro, mais méritos a distribuir. Dei por mim a pensar, outro dia, no primeiro eurotour realizado em Portugal, no já longínquo ano de 1999. Nessa altura, caso tivéssemos um atleta no quadro final seria um feito brilhante. Hoje, felizmente, a presença de portugueses nos quadros finais já só é surpreendente caso não aconteça.
Então o que mudou nesta década?
Quanto a mim, as seguintes razões, que não necessariamente por esta ordem de importância:
1.º - O aparecimento de um conjunto de novos valores (especialmente na região norte) que fazem desta actual geração a melhor de sempre do pool nacional;
2.º - O crescimento do número de open's e torneios internacionais no nosso país (antes eram quase uma miragem e hoje quase que se pode falar de um "circuito" de provas, especialmente em 7'');
3.º - O aparecimento de ligas, como a Pro Pool, que ao fim de muitos anos reuniram de novo a elite do pool nacional de norte a sul do país. Estas competições, tipo pool elite, fizeram com que o nível aumentasse exponencialmente, "obrigando" os atletas a redobrados esforços para se manterem no top;
4.º - O facto de, nos últimos 3 anos, primeiro com a Pro Pool e a FPB e agora apenas com a FPB, nenhum Eurotour ou Campeonato da Europa tenha sido disputado sem a presença de atletas nacionais. Para mim, é esta a grande razão dos resultados obtidos em 9 pés. Quanto aos resultados em Las Vegas, o destaque vai por inteiro para as ligas privadas (Pro Pool, FPPPA, Liga Brunswick, LPP e neste último ano a FPB) que nos últimos anos têm enviado anualmente centenas de jogadores à BCA e à VNEA.
5.º - A melhoria das condições nos clubes e salões do nosso país. Eu sou do tempo em que quem queria treinar pagava. Hoje, mesmo não se recebendo, já é normal "borlas" e ajudas de custo para os atletas. De destacar também o papel de alguns clubes na captação de novos valores.
6.º - O facto de, pela primeira vez ao fim de muitos anos, as presenças internacionais portuguesas, asseguradas pela FPB, não terem ficado apenas no papel. Todos se lembram dos tempos em que eram enviados atletas sem critério, em que alguns iam e outros não, em que havia hiatos de tempo onde não estava nenhum português em Eurotour's e Campeonatos da Europa e, quando estavam, era porque iam do seu próprio bolso (o João Silva fez isso durante anos);
Nota Final: As opiniões podem ser contraditórias, mas a verdade é que não me arrependo de ter estado em projectos de dinamização do pool nos quais a aposta nos nossos melhores valores era clara e inequívoca. Sei que isso foi alvo de muitas criticas, pois os jogadores de base sempre diziam que isso não era forma de fazer crescer a modalidade. Como jogador mediano que sou, nunca fui a favor da política de distribuir o mal pelas aldeias. O que deve ser feito é criar condições para que os melhores possam mostrar o seu potencial além fronteiras. E sermos credíveis, claro.
Não conheço nenhuma modalidade amadora que se tenha destacado apenas por resultados nacionais. Todas elas (Triatlo, Atletismo, Alpinismo, Judo, Vela, etc, etc) só cresceram quando os portugueses se revelaram em provas europeias e mundiais. É assim a vida, é assim a comunicação social em Portugal.
Hoje, 3 anos depois, os resultados falam por si. Obrigado aos Gamas, Henriques, nunos Santos, Alfredos Correias, Manuéis Pereiras, Brunos Sousas e muitos outros, que nos prestigiam todos os dias. Sem eles continuaríamos a ser uma modalidade de café. Quanto aos outros, lutem por outros objectivos, por desfrutar do jogo e do convívio, que infelizmente os bracinhos não se compram na farmácia. Ainda assim, cada um lutará com afinco e dedicação para o melhor que pode e sabe.
É esta a minha opinião. Espero que a compreendam.
Abraço a todos
Miguel Sancho
“Pode descobrir mais a respeito de uma pessoa
numa hora de jogo, do que num ano de conversação”
Platão